sábado, 19 de abril de 2008

Garota era mantida em cárcere privado a seis anos por pedófilo!

Rubens Santos, GOIÂNIA Uma jovem de 19 anos procurou a polícia, na semana passada, para denunciar que foi estuprada e mantida em cárcere privado num porão nos últimos seis anos pelo comerciante Raimundo Gomes da Silva, de 61, dono de um bar em Luziânia (GO), a 40 quilômetros de Brasília. A garota disse que teve dois filhos no cativeiro, uma menina de 5 anos que morava com ela no porão, e um menino, morto por Silva - que está foragido. "Ele começou a me estuprar quando eu tinha 10 anos", disse a moça, cujo nome não foi divulgado, para a delegada da Mulher, Dilamar de Souza. Segundo a policial, a jovem tinha 13 anos quando foi aprisionada no porão do bar Vagalume, do qual Silva é proprietário, no Bairro Sol Nascente. O local tem paredes mofadas, chão úmido e pouca ventilação. A garota disse que Silva enterrou o bebê assassinado, nascido dois anos atrás no Hospital Regional de Luziânia, no quintal do terreno do bar. A polícia fez buscas ontem para localizar a ossada, sem sucesso. Um dos detalhes que chamaram a atenção dos policiais é o fato de os vizinhos terem dito que ignoravam a situação da prisioneira durante esses seis anos. A delegada afirmou que, no depoimento, a menina contou que conseguiu escapar do cativeiro na semana passada, após um tiroteio no bar, no qual Silva foi alvejado. A jovem contou que, no momento em que o comerciante era levado para o hospital, percebeu que a porta do porão estava aberta, fugiu e buscou proteção na delegacia. Após ouvir o depoimento da adolescente, a polícia foi ao hospital tentar localizar Silva, sem sucesso. O comerciante teve a prisão preventiva decretada. A jovem contou à delegada que conheceu o comerciante quando tinha 10 anos, enquanto pedia comida, nas ruas do bairro, para sua família - mãe, pai e três irmãs. Na época, disse, Silva lhe deu alimentos, mas exigiu, em troca, que ela tirasse a roupa. A garota afirmou que, depois de se recusar a ficar nua, foi estuprada. Ela contou que o comerciante sempre ia buscá-la em casa e a levava ao bar para novos estupros. Pelo depoimento da garota, seus pais denunciaram o caso à polícia local e o comerciante ateou fogo ao barracão em que a família morava. A adolescente disse que fugiu com os parentes para Taguatinga, no Distrito Federal, mas, quatro meses depois, foram descobertos por Silva. De acordo com a garota, sua mãe foi assassinada - ela acredita que o crime foi cometido por Silva. Depois disso, o pai sumiu e a jovem, com medo, voltou para o bar, onde ficou até a semana passada. A história de Luziânia lembra um caso de cárcere privado que ficou famoso, revelado em agosto de 2006. Na cidade de Straschof, Áustria, a jovem Natascha Kampusch, então com 18 anos, fugiu de um cativeiro na garagem da casa do eletricista Wolfgang Priklopil, que a havia seqüestrado oito anos antes. Ela aproveitou que Priklopil se afastou para usar o celular e fugiu. Ao perceber a fuga, o eletricista cometeu suicídio, atirando-se em trilhos de trem. O caso provocou muita controvérsia - a mãe de Natascha chegou a ser acusada de envolvimento no seqüestro, mas nada foi comprovado. http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080215/not_imp124858,0.php

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